quinta-feira, 19 de junho de 2014

Espanha: novo rei, nova esperança?

A partir de hoje o Príncipe das Asturias tornou-se o Rei de Espanha com o nome de Filipe VI, sucedendo a seu pai Juan Carlos I que esteve no trono durante 39 anos e que dele saiu, exactamente no mesmo dia em que a Espanha também deixou de reinar no futebol mundial. Os desafios do novo rei constitucional e Chefe de Estado são enormes, porque a Espanha continua debaixo de uma crise económica e social gravíssima, os movimentos independentistas estão muito vivos e a contestação ao regime monárquico está a agitar-se nas ruas e nas redes sociais. 
Um sou um republicano moderado, isto é, não acredito que a República tenha todas as virtudes do mundo, nem creio que a Monarquia seja o mais desprezível dos sistemas políticos. Cada país ou cada comunidade escolhe o sistema que melhor se ajuste às suas realidades culturais e económicas e, de uma forma mais geral, ao seu projecto de sociedade, não sendo certo que a República Francesa seja melhor do que a Monarquia Belga, nem que a Monarquia Sueca seja melhor do que a República Finlandesa. A forma do poder é uma questão que tem um carácter simbólico, que cada país resolve de maneira soberana como melhor entende.
Por razões de ordem diversa que não serão aqui analisadas, a República Portuguesa tem especiais relações históricas e institucionais com as Monarquias Espanhola e Inglesa, olhando para o que se passa nos palácios da Zarzuela ou de Buckingham com um interesse que vai para além da simples curiosidade. Assim, somos levados a uma  curiosa comparação entre Filipe, Príncipe das Asturias (Espanha) que agora sobe ao trono com 46 anos de idade e Carlos, Príncipe de Gales (Inglaterra) que, aos 65 anos de idade continua à espera, havendo quem considere que nunca será Rei da Inglaterra. Numa altura em que as monarquias estão cada vez mais fora de moda e já não são suficientemente representativas nem exemplares, o novo Rei pode realmente representar uma renovada esperança para a sobrevivência e para a unidade da própria Espanha... y viva España!

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