sexta-feira, 13 de junho de 2014

Navegar é preciso

Estamos a três semanas de se iniciar a famosíssima regata - The Tall Ships Race 2014 - que este ano decorre entre os dias 3 de Julho e 5 de Agosto numa área muito limitada do Mar do Norte e que partirá de Harlingen (Holanda), com paragens em Fredrikstad e Bergen (Noruega) e em Esbjerg (Dinamarca), estando prevista a participação de oito dezenas de veleiros, incluindo o lugre português Santa Maria Manuela. Os veleiros participantes já começaram a convergir para a área de partida e um desses navios é o Kruzenshtern, que é o segundo maior veleiro do mundo e serve de navio-escola da Marinha russa, que esta semana visitou o porto francês de Le Havre e mereceu honras de primeira página no jornal Le Havre Presse.
Trata-se de uma barca com 4 mastros e 114 metros de comprimento que foi construída em 1926 nos estaleiros alemães de Bremerhaven, que foi utilizado no transporte de minério entre o Chile e a Alemanha, que serviu depois de navio-escola alemão no mar Báltico e que veio a ser capturado pelos Aliados e entregue à Rússia como compensação de guerra. Em 1954 adoptou o seu actual nome e foi integrado na Marinha russa.
A visita de um navio ao porto de Le Havre, situado na região administrativa da Alta Normandia que tanto sofreu durante a 2ª Guerra Mundial, é um acontecimento de rotina. Porém, o destaque que a imprensa local dá à visita de um veleiro é esclarecedor do interesse pelas actividades marítimas e pelo simbolismo dos grandes veleiros. Aqui, neste “jardim à beira-mar plantado”, continuamos a utilizar uma retórica de grande maritimidade, mas na realidade continuamos de costas voltadas para o mar quando, cada vez mais, “navegar é preciso”.

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