sábado, 28 de junho de 2014

O FMI volta a reconhecer os seus erros

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Com base em informações do Banco de Portugal, o Jornal de Notícias informa na sua edição de hoje que a dívida pública portuguesa tinha atingido em finais de Abril o valor de 225,8 mil milhões de euros, significando que aumentou cerca de 50 mil milhões de euros desde que o actual governo tomou posse. Este escandaloso aumento da dívida resulta de múltiplos factores, embora o principal seja uma consequência do programa de ajustamento imposto pela troika e que, fanaticamente, o governo adoptou como seu, rejeitando aquilo que se afigura como uma solução natural: a renegociação e a reestruturação de uma dívida que nos humilhará e nos esmagará por muito tempo.
Num documento preparado por um grupo de técnicos e que foi apresentado ao Conselho Consultivo do FMI, defende-se que existem vantagens em reescalonar as dívidas públicas quando existam dúvidas de sustentabilidade e, sem equívocos, o documento reconhece que teria sido melhor renegociar a dívida portuguesa antes do programa de ajustamento que tanto desemprego e tanta pobreza criou. Não é a primeira vez que essa ideia vem do FMI e foi isso que, há uns meses, foi defendido por 74 personalidades portuguesas e a que o governo não deu ouvidos. Há dias, o assunto ainda ficou mais claro numa intervenção televisiva do antigo ministro Bagão Félix que revelou que, depois de várias descidas, as taxas médias de juro do resgate português de 78 mil milhões de euros estão actualmente nos 2,9%, enquanto a Espanha que beneficiou de um resgate de 40 mil milhões de euros só para a banca, tem uma taxa de 0,5% e um período de carência de 10 anos. Temos, então, dois pesos e duas medidas na União Europeia e nos “terrenos” da troika, porque tudo temos aceitado passivamente. Este assunto não pode ser ignorado pelos jornalistas e esta subserviência tem que acabar, em nome da nossa dignidade.

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