quinta-feira, 31 de julho de 2014

Barroso e as "pipas de massa" que temos

Cumprindo um ambicioso plano que o levou desde a militância no MRPP até à presidência da Comissão Europeia, que o mesmo é dizer de Almada a Bruxelas, o comissário Barroso não desiste de procurar apoios para se manter na crista da onda, por cá ou no estrangeiro.
Assim, com muita demagogia, veio a Lisboa para anunciar que a Comissão Europeia vai canalizar 26 mil milhões de euros para Portugal nos próximos sete anos. “É uma pipa de massa”, disse o deslumbrado comissário Barroso que, paternalmente, dissertou sobre a necessidade desses fundos serem bem aplicados. Nesse aspecto, eu estou muito preocupado pois temo que se repitam os excessos, os favorecimentos e as não sei quantas mil habilidades que, noutros tempos, serviram para desviar fundos para fins diversos daqueles para que haviam sido seleccionados.
Entretanto, ontem foi anunciado o colossal prejuízo do Banco Espírito Santo que se cifrou em 3.577,3 milhões de euros no primeiro semestre do ano, alegadamente devido a factores de natureza excepcional ocorridos “que determinaram a contabilização de prejuízos, de imparidades e de contingências”. “É uma pipa de massa”, diria o comissário Barroso. Mas ele não comenta isso. Não lhe convém. Eu, que sempre costumava dizer que bancos e seguradoras eram “associações de malfeitores”, confronto-me agora com uma situação que parece dar-me razão.
Se recordarmos que na passada semana o Ministério das Finanças anunciou em comunicado que o défice público português aumentou no primeiro semestre deste ano até 4.192 milhões de euros, isto é, mais 149 milhões de euros que nos primeiros seis meses do ano passado, ficamos confrontados com mais um problema. “É uma pipa de massa”, podia ter dito o comissário Barroso. Sintetizando, já temos “pipas de massa” bastantes, para além daquela que o comissário Barroso anunciou.

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