segunda-feira, 7 de julho de 2014

Privatizar a TAP? Não, obrigado!

Tem havido uma onda privatizadora em Portugal que, por vezes inexplicavelmente, nos tem retirado a posse de recursos e actividades estratégicas que são, ou deveriam ser, garantes de uma verdadeira independência nacional e que têm sido vendidos a capitais privados nacionais ou internacionais. Vender o património  desta maneira é uma violência e uma cedência à ganância e ao fanatismo dos abutres e da passarada que os serve.
Um país que opta por não controlar a produção e a distribuição da electricidade de que necessita, que vende a sua lucrativa exploração aeroportuária ou que se desfaz de uma instituição centenária como são os correios, entre outras empresas ou actividades essenciais, não está a zelar pela sua independência e, inversamente, está a acentuar as suas condições de dependência. Um governo que actua assim tem uma noção distorcida do que é o serviço público e está a ceder a interesses que não são os nossos. A privatização da EDP, da REN, da ANA e dos CTT são exemplos de privatizações de vínculo ideológico, até porque os encaixes realizados não tiveram qualquer significado no quadro das nossas dificuldades financeiras.
No Memorando de Entendimento assinado em 17 de Maio de 2011 estava prevista a privatização da TAP, uma operação que já foi tentada, mas que não resultou. Agora, a TAP anunciou os seus resultados operacionais e verificou-se que, no primeiro semestre de 2014, transportou 5,2 milhões de passageiros o que significa um aumento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior e que houve um melhor aproveitamento dos aviões que atingiu 80,1%, isto é, melhorou 3,2% em relação ao mesmo período de 2013. Excelentes resultados. Ao mesmo tempo, a empresa vai receber brevemente novos aviões e anunciou dez novos destinos - Nantes, Hanôver, Gotemburgo, Belgrado, Talim, São Petersburgo, Manaus, Belém, Bogotá e Cidade do Panamá. Excelente dinamismo empresarial.
A TAP é um símbolo da identidade nacional e funciona bem. Deixem a vossa pequenez e não pensem mais na sua privatização.

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