quarta-feira, 2 de julho de 2014

Quem enganou as crianças da Esperança?

ESPERANÇA, 28 Março de 2014
Foi há cerca de três meses que o Banco Espírito Santo (BES) decidiu "recuperar a esperança", tendo lançado uma campanha institucional com o duplo objectivo de realizar obras de recuperação numa aldeia alentejana  e de restaurar o sentimento da esperança junto da população portuguesa. Essa aldeia tem 739 habitantes, chama-se Esperança e fica no concelho de Arronches, distrito de Portalegre. Entre outras beneficiações realizadas na aldeia, foi recuperada a Escola Básica da Esperança.
O Presidente da República, a Primeira Dama e o Ministro Crato associaram-se à campanha do BES e visitaram essa escola, fazendo-se fotografar com os seus acompanhantes, mas também com os professores e os alunos da escola. A imprensa noticiou esta iniciativa e descreveu “como uma campanha recupera uma aldeia alentejana” (DN/Dinheiro Vivo, 29-3-2014).
Menos de três meses depois, o Ministro Crato anunciou o encerramento de 311 escolas no âmbito da reorganização da rede escolar, cujos alunos vão ser integrados em distantes centros escolares já no próximo ano lectivo de 2014-2015. Uma dessas escolas é exactamente a EB Esperança, onde o Ministro Crato tinha levado o Venerando Chefe do Estado para a citada acção de propaganda, onde este exibiu um largo sorriso estampado no rosto. Agora, verificamos que as crianças, os professores e as famílias de Esperança foram enganadas!
É sabido que, desde há muitos anos, as assimetrias territoriais têm aumentado em Portugal, mas também é sabido que a nossa desertificação territorial se tem acentuado nos últimos anos com a recessão, o envelhecimento e o desemprego e, sobretudo, com as políticas do actual governo, onde se incluem o encerramento de escolas, centros de saúde, tribunais, repartições de finanças e estações de correios.  
É caso para perguntar: o que foram fazer à Esperança estes altos dignitários da Nação? É assim que se resolve o problema da natalidade?

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