domingo, 6 de julho de 2014

Uma estranha aliança na ajuda ao Iraque

A vitoriosa campanha militar que tem sido conduzida pelas forças do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) levou à proclamação de um califado que abrange uma boa parte do território sírio e mais de um terço do território iraquiano, onde se incluem as cidades de Falluja, Mossul e Tikrit, bem como algumas das áreas-chave da produção petrolífera. As forças  jihadistas aproximam-se agora de Bagdad e há crescentes sinais de desintegração do Estado e das instituições iraquianas, a mostrar que a intervenção americana no Iraque e o derrube de Sadam Hussein não trouxeram estabilidade à região.
A situação começa a ser alarmante e é um complexo enigma, segundo informa a edição de fim de semana do jornal Le Monde. O jornal destaca que está constituída uma "estranha aliança" ou uma inesperada coligação entre o Irão, os Estados Unidos e a Rússia para apoiar as autoridades iraquianas contra os jihadistas radicais e os seus aliados sunitas, materializada em drones e conselheiros americanos, guardas da revolução iranianos e aviões e pilotos russos. Porém, ali ao lado, na guerra da Síria estes países estão em posições opostas. Enquanto o Irão e a Rússia apoiam o regime de Bashar al Assad, os Estados Unidos têm apoiado a oposição síria e, desta estranha atitude ou desta americanice, resulta que o EIIL recebe armas, dinheiro e apoio político americano no território sírio, enquanto do outro lado da fronteira, no território iraquiano, é afrontada por conselheiros militares americanos e por drones Predactor equipados com mísseis Hellfire.
O que está para acontecer no Iraque e na Síria, mas também em toda aquela região, é uma grande interrogação, mas parecem não restar dúvidas de que a política externa americana tem muitas responsabilidades, por acção ou omissão, naquilo que por lá se passa. Muito por amor do petróleo...

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