domingo, 10 de agosto de 2014

A nova guerra do Iraque

No início do ano de 2003 circulou uma informação falsa que George W. Bush e Tony Blair tomaram como verdadeira, que assegurava que o regime de Sadam Hussein estava a desenvolver armas de destruição maciça que ameaçavam a paz e a segurança mundiais. Nesse contexto, uma coligação de forças americanas, inglesas e de alguns dos seus aliados iniciou no dia 20 de Março de 2003 a invasão do Iraque a partir do Kuwait e, ao fim de três semanas, essas forças entraram em Bagdad. O regime de Sadam Hussein caiu e, em Dezembro de 2004, ele próprio foi capturado. A coligação liderada pelos americanos ocupou o país e procurou estabelecer um regime democrático segundo o modelo ocidental, mas não conhecia o país. Assim, viu-se confrontada com um clima de desordem e de guerrilha em que se combatiam sunitas e xiitas, ao mesmo tempo que se reforçava a influência da jihad ou das jihads, mais ou menos inspiradas na Al-Qaeda. Aos poucos os parceiros da coligação foram abandonando o Iraque e, em Dezembro de 2011, também os Estados Unidos deram por terminada a sua presença no país. Foi a partir de então que a situação se deteriorou mais rapidamente e que surgiu o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), um grupo jihadista radical que conseguiu recrutar milhares de combatentes e que, em pouco tempo, domina partes importantes dos territórios sírio e iraquiano, incluindo a maior central hidroelétrica iraquiana, que assegura o abastecimento de água e de electricidade para grande parte do país. A brutalidade dos seus métodos tem impressionado o mundo e a palavra genocídio entrou no noticiário internacional. Nesse quadro, o presidente Obama decidiu lançar os seus aviões contra as forças jihadistas com o objectivo humanitário de proteger as minorias religiosas iraquianas, mas também para impedir a progressão das forças do EIIL em direcção a Bagdad, prevenindo desde logo os americanos e o mundo que a intervenção será demorada. Os mass media internacionais já falam na nova guerra do Iraque, um país onde a intervenção americana tem produzido um nível de tragédia como o país nunca vira na sua história recente.

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