segunda-feira, 25 de agosto de 2014

É preciso que se entendam na Ucrânia

A Ucrânia celebrou ontem o 23º aniversário da sua independência com iniciativas bem diferentes, a mostrar que a guerra é uma realidade e que o país está profundamente dividido. A capital Kiev foi embandeirada com as cores nacionais ucranianas e assistiu a uma grande parada militar, destinada a reforçar a unidade nacional, o moral das suas populações e a confiança nas suas forças militares, ao mesmo tempo que na cidade de Donetsk, a cerca de 600 quilómetros de distância, os combatentes pró-russos fizeram desfilar no centro da cidade algumas dezenas de prisioneiros ucranianos com as mãos atrás das costas e sob a ameaça de armas e os insultos da multidão, numa condenável atitude de grande humilhação, conforme documenta hoje o International New York Times.
A guerra não declarada oficialmente está no terreno há várias semanas e já terá causado mais de dois mil mortos, para além de muita destruição e de vagas de refugiados, devido aos constantes bombardeamentos ucranianos sobre as cidades de Donetsk e Lugansk. Sucedem-se os relatos independentes de atrocidades, de excessos e de humilhações cometidos por ambas as partes, a mostrar que a situação começa a ficar incontrolável. O governo ucraniano promete não ceder aos separatistas e desafia a Rússia, ao não autorizar a entrada de apoio humanitário nas regiões sublevadas do leste do país e ao não reconhecer a anexação da Crimeia. As duas partes em confronto têm amigos poderosos com interesses estratégicos na região e, por isso, é necessário que, antes que seja tarde, haja um entendimento entre Vladimir Putin e Angela Merkel e, naturalmente, entre as partes. 

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