domingo, 10 de agosto de 2014

É proibitiva a visita aos nossos museus

Uma das mais sugestivas atracções culturais que a cidade de Lisboa oferece aos seus residentes é uma panóplia de mais de cinco dezenas de museus de índole muito variada, que vão desde os grandes espaços museológicos como o CCB ou a FCG, até aos museus de arte que possuem colecções de pintura, escultura e artes decorativas, passando pelos museus temáticos, as casas-museu e os museus das fundações. Uma dezena e meia desses museus são tutelados pelo Estado através da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) e são geridos pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC). Esta alargada oferta museológica prestigia a cidade de Lisboa e o seu passado histórico e cultural. Muitos lisboetas incorporaram a visita aos museus nos seus roteiros domingueiros, porque o ingresso era gratuito. A vida cultural da cidade enriqueceu-se porque os museus são espaços que transmitem valores, que despertam memórias e que interagem com a contemporaneidade. A DGPC acompanha essa visão e informa que “os museus e os monumentos são lugares únicos que nos proporcionam experiências memoráveis e uma aprendizagem indispensável à formação da identidade”.
Durante muitos anos habituei-me a levar os meus filhos aos museus aos domingos de manhã, aproveitando a gratuitidade das entradas e, dessa forma, procurei contribuir para a formação da sua identidade cultural e dos seus valores. Muitos outros lisboetas beneficiaram desse bónus da política cultural. Porém, hoje fui surpreendido na visita que fiz à exposição permanente do Museu Nacional de Arte Antiga e à exposição temporária “Os Sabóias. Reis e Mecenas (Turim 1730-1750)”, com a obrigação de pagar bilhetes de 6 euros em cada uma das exposições. Senti-me assaltado, até porque nunca visito os museus sozinho. A ânsia governamental de empobrecer os portugueses, até aproveita as visitas dominicais aos museus. Nada lhes escapa. Agora, a generosidade das visitas gratuitas só acontece um domingo em cada mês. Um dia até os encerram porque não são lucrativos ou decidem privatizá-los como fizeram com a EDP e os CTT. Será que eles sabem o que é e para que serve um museu?
 

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