domingo, 31 de agosto de 2014

Cuidado: não se metam com a Rússia

Nos últimos dias aumentou a tensão política e agravou-se a situação militar nas regiões do leste da Ucrânia que são controladas pelos independentistas pró-russos, havendo notícias de muitos combates, muitos bombardeamentos, muita destruição, abate de aviões e mais de 2.600 mortos. Não parecia, mas é a brutalidade da guerra no território europeu.
Tudo começou há meia dúzia de meses quando o centro de Kiev se tornou numa “zona de guerra” entre o governo ucraniano pró-russo e os manifestantes pró-ocidentais, com os dirigentes ocidentais a tomarem partido em vez de apaziguarem e procurarem uma solução consensual entre as partes. A Rússia não gostou desta “intervenção” na sua área de interesse estratégico e reagiu com firmeza, fazendo renascer o seu orgulho nacional ferido há mais de vinte anos.  As forças sociais pró-russas sentiram o seu apoio mais ou menos explícito, mobilizaram-se e armaram-se. À escalada verbal tem correspondido uma escalada militar e esse facto é demasiado preocupante. A guerra já está a mostrar que, na "civilizada" Europa, a guerra é a regra e a paz a excepção.
Apoiados por centenas de soldados ou voluntários russos, os separatistas parecem ganhar terreno e, depois de Donetsz e Lugansk, aproximam-se agora da cidade de Mariupol, ao mesmo tempo que se revela a impreparação das forças militares ucranianas e a enorme dependência e debilidade económica do país.
Como resposta a esta situação, os Estados Unidos e os seus aliados europeus pretendem o reforço das sanções económicas contra a Rússia, ao mesmo tempo que a NATO abre as portas à Ucrânia. Porém, o território ucraniano corresponde a uma área de vital interesse estratégico da Rússia que parece não abdicar do apoio aos separatistas e, inclusivamente, Vladimir Putin veio avisar o governo de Kiev, bem como os seus aliados onde pontifica o nosso valente Barroso, com um expressivo “não se metam com a Rússia”.
Ora, como como tem sido reconhecido, a solução deste conflito é política e não militar, como também já reconheceu Federica Mogherini, a indigitada Alta Representante para a diplomacia europeia.

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