sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Que nos valha o desporto e... o Ronaldo

Numa época em que persiste o desalento pela nossa incapacidade colectiva e governativa para ultrapassar a persistente crise em que estamos mergulhados desde há muito tempo e em que aceitamos a constante humilhação a que nos sujeitam os nossos amigos europeus, o desporto costuma funcionar como válvula de escape.
Porém, este ano as coisas não tinham corrido bem até que Telma Monteiro, na passada semana, se sagrou vice-campeã mundial de judo pela quarta vez. Foi uma alegria desportiva e, ontem, voltamos a sorrir. Numa votação realizada no Mónaco durante a cerimónia do sorteio de grupos da Liga dos Campeões, os jornalistas desportivos europeus elegeram Cristiano Ronaldo e a UEFA proclamou-o como o Melhor Futebolista da Europa em 2014. Assim, ele realizou um feito inédito ao conquistar no mesmo ano a Bola de Ouro, a Bota de Ouro e o troféu do Melhor Futebolista da Europa e, como hoje escreveu o diário madrileno as, “como Cristiano no hay ninguno”.
Embora os feitos desportivos de Telma Monteiro e de Cristiano Ronaldo tenham diferente dimensão, ambos têm destaque nos media internacionais e contribuem para valorizar e acrescentar a nossa auto-estima. Ambos representam o prémio de um esforço continuado e persistente, a que os obriga a alta competição. Em nenhum outro plano, nomeadamente no campo político, temos tanta notoriedade e boa imagem internacional. A generalidade dos Barrosos e dos Constâncios, tal como dos Arnauts e dos Moedas, que ocupam cargos internacionais por quota e não por mérito, não nos dão este tipo de alegrias. Pelo contrário. Por isso, que nos valha o desporto e... o Ronaldo.

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