sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Escócia rejeitou a sua independência

A Escócia decidiu. Apesar das paixões que despertou, o referendo decorreu com normalidade, tendo votado cerca de 86% dos quase 4,3 milhões de eleitores inscritos que, com 55,3% dos votos, deram a vitória ao não à independência. A derrota dos que queriam a independência da Escócia foi expressiva e o sim ganhou apenas em 4 das 32 circunscrições eleitorais, embora tivesse ganho nas grandes cidades de Glasgow e Dundee. O líder independentista e primeiro-ministro escocês Alex Salmond deu uma notável lição de democracia ao reconhecer de imediato a sua derrota e ao anunciar que deixaria o seu cargo brevemente. O Reino Unido e a União Europeia respiraram de alívio, pois nem Londres nem Bruxelas estavam preparadas para a independência da Escócia, nem para os problemas que esse divórcio ia levantar.
Porém, o referendo escocês interessou muito especialmente outras regiões europeias onde se manifestam movimentos nacionalistas ou separatistas, como sucede na Catalunha, País Basco, Córsega, Bretanha, Flandres, Valónia, Padânia e outras regiões europeias. Ao contrário do que se possa pensar, o exemplo escocês não irá arrefecer esses movimentos, antes os vai incitar a redefinir estratégias de actuação. De facto, cada um desses movimentos tem características diferentes e não será o insucesso do caso escocês que os vai enfraquecer ou fazer desistir dos seus objectivos.
Entre nós, houve meia dúzia de figurões que, com o desbocado cacique madeirense à cabeça, se entusiasmaram com o processo escocês e, para disfarçar os seus fracassos políticos e os seus complexos culturais, voltaram a agitar o fantasma da independência das ilhas.

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