domingo, 28 de setembro de 2014

A tradição naval ainda é o que era

Nas sociedades organizadas existe sempre um acentuado culto comemorativista das pessoas, mas também das instituições. Comemorar é um exercício emocional libertador que estimula o reencontro com as melhores memórias e os princípios orientadores da actividade dos homens ou das instituições. É por isso que as pessoas comemoram os seus aniversários, os baptizados e os casamentos, os êxitos académicos, as vitórias desportivas e outros acontecimentos relevantes das suas vidas, enquanto as instituições utilizam as datas comemorativas para evocar grandes realizações e estimular o fortalecimento de sentimentos positivos.
Pela sua especificidade, a instituição militar e em especial a corporação da Marinha, cultiva muitos símbolos, muitas tradições e muitas datas comemorativas que contribuem para o reforço da coesão da corporação e para alimentar a cultura naval. Assim, é habitual que os chamados “filhos da escola” comemorem as datas das suas incorporações e do seu final de curso, assim como outras datas relacionadas com a sua vida naval, sobretudo quando são celebrados 25, 40 ou 50 anos dessas efemérides. É por isso que, por exemplo, a Escola Naval cumpre uma tradição e todos os anos recebe nas suas instalações do Alfeite muitos dos seus antigos alunos, por vezes com as suas famílias, que ali vão evocar os tempos da sua formação militar-naval.
Em Espanha acontece a mesma coisa e a Escuela Naval Militar, localizada em Marin (Pontevedra), recebeu os seus alunos que terminaram o curso em 1989 e que ali foram celebrar os 25 anos da sua promoção a guardas-marinhas. Entre eles encontrava-se o Rei Filipe VI e o Diário de Pontevedra assinalou o facto com uma fotografia na primeira página da edição de ontem.
Lá como cá, a tradição naval ainda é o que era.

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