segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Há muita abelha no enxame da vergonha

Há em Portugal um terrível vício que corrói a Sociedade e o Estado, que destrói a Democracia, que atrofia o Estado de Direito e que a todos envergonha. É um vício corporizado por um verdadeiro enxame de abelhinhas nascidas nas juventudes dos partidos políticos, que vivem embrulhadas na vaidade e na ambição e que tudo fazem para satisfazer os seus apetites de dinheiro, de influência e de poder. Para essa gente não existe o interesse público nem o bem comum, pois tudo subordinam ao seu interesse pessoal ou do seu grupo. Esse terrível vício que abala a confiança nacional e desmoraliza a população é a promiscuidade entre a Política e os Negócios, em que muita gente actua numa descarada ou mesmo criminosa confusão de interesses entre o que é Público e o que é Privado. São milhões, muitos milhões que são apropriados em ruinosos contratos.
Há três anos um corajoso autarca afirmou que “o centro da corrupção em Portugal tem sido a Assembleia da República pela presença de deputados que são simultaneamente administradores de empresas”, dizendo ainda que o Parlamento "parece mais um verdadeiro escritório de representações, com membros da comissão de obras públicas que trabalham para construtores e da comissão de saúde que trabalham para laboratórios médicos”.
Com a crise que nos entrou em casa e com a apertada vigilância que os nossos credores internacionais nos fizeram, era de esperar uma moralização nas práticas corruptas ou ilegais em que muitos agentes políticos estiveram ou estão envolvidos. Que se acabasse com esse enxame de abelhas. De resto, esse foi o discurso moralizador que levou Passos e os seus amigos ao poder. Mas parece que foi só conversa, pois muitos deputados, secretários de Estado e outros lobos que por aí vegetam, continuam envolvidos em negociatas com a maior impunidade do mundo, como hoje denuncia o jornal i.

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