domingo, 21 de setembro de 2014

O perdão não existe na vida política

A actividade política é (ou deve ser) uma causa nobre de serviço à comunidade, em que os melhores de todos nós exercem funções governativas para administrar o país de acordo com as regras constitucionais, também escolhidas por todos nós, as quais estão  expressas na Constituição. Governar é, portanto, um serviço que alguns cidadãos prestam à comunidade durante um período limitado, embora se verifiquem sempre alguns casos de pessoas que em vez de servirem a comunidade, se aproveitam da circunstância e se servem dessa mesma comunidade. Quem exerce funções governativas deve estar acima de todas as suspeitas e de todos os erros e, por isso, a nossa história política mostra-nos inúmeros exemplos de homens e mulheres de grande dignidade, que se demitiram da sua função governativa apenas porque sobre eles recairam suspeitas de comportamentos incorrectos ou porque erraram nas suas decisões. Não pode ser de outra maneira. Tem que ser assim.
Esta semana aconteceram dois casos lamentáveis a juntar a tantos outros que perturbam o nosso quotidiano e deixam muitos portugueses desorientados e desmotivados, mas também com cada vez menos confiança nos políticos que nos governam: o programa Citius não funcionou e a Justiça bloqueou, ao mesmo tempo que a fórmula de colocação dos professores estava errada e a Educação também bloqueou. Eram duas acções importantes e ambas falharam. Como disse o comentador Marcelo foi "a bagunça na Educação e na Justiça". Os ministros Crato e Teixeira da Cruz não foram competentes. Falharam gravemente e não tiveram a dignidade de se demitirem. Não tiveram coragem para assumir responsabilidades. Mostraram ser muito pequeninos. Escolheram ficar agarrados aos seus lugares como se nada de grave tivesse acontecido. E vieram pedir desculpa publicamente, como se o perdão existisse na vida política. Na política os erros pagam-se. E eles, tal como os caloteiros, esquivaram-se ao pagamento. Que tristeza de gente esta.

Sem comentários:

Enviar um comentário