sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Jordi Savall ressuscitou a música antiga

O musicólogo, músico e maestro catalão Jordi Savall renunciou ao Prémio Nacional de Música que lhe foi atribuído pelo governo espanhol, num acto de protesto contra a política cultural do governo de Mariano Rajoy, que acusou de “irresponsabilidade e incompetência” na defesa das artes. Muitos jornais espanhóis deram destaques de primeira página a esta notícia, associando-a aos problemas políticos por que passa a Catalunha, mas Savall veio esclarecer que a sua atitude tem a ver com a esfera cultural e não com a esfera política.
Jordi Savall é uma referência mundial nos domínios da música medieval, renascentista, barroca e clássica, tendo-se dedicado desde há mais de quarenta anos à recolha e preservação do património musical hispânico e mediterrânico, quer como investigador, quer como intérprete. Fundou diversos grupos musicais, dos quais o mais famoso é o Hespèrion XX/XXI, que criou com a sua mulher Montserrat Figueras, recentemente falecida. Editou mais de duas centenas de discos com repertórios de música antiga, em que se destacam as suas interpretações com viola de gamba, tendo acumulado inúmeros prémios internacionais, nomeadamente um Grammy, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Léonie Sonning 2012, que é considerado o Prémio Nobel da Música. É doutor honoris causa por diversas universidades, incluindo a Universidade de Évora.
No passado dia 19 de Outubro o músico esteve em Lisboa num concerto na Fundação Calouste Gulbenkian mas, alguns dias antes, o espectáculo estava esgotado e não havia um só bilhete disponível. No próximo dia 4 de Novembro, Jordi Savall regressa a Portugal e vai apresentar-se na Casa da Música no Porto. Ainda há alguns bilhetes disponíveis nas últimas filas do auditório.

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