quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A Espanha e o firme combate à corrupção

Há cerca de duas semanas a Guardia Civil espanhola deteve 51 pessoas suspeitas de corrupção durante uma operação realizada em vários municípios, por alegadas adjudicações públicas no montante de muitos milhões de euros que terão envolvido esquemas fraudulentos de comissões. Nesse grupo de detidos encontram-se figuras da política nacional e local, mas também alguns empresários ligados sobretudo a empresas de construção civil. A Espanha indignou-se com esta notícia e manifestou-se perante aquilo a que os jornais e alguns dirigentes partidários chamaram uma vergonha.
Talvez a forte repulsa popular tivesse acordado a justiça espanhola, porque a imprensa galega anuncia hoje que a juíza Maria Jesús García determinou a detenção de 23 pessoas por tráfico de influências e prática de subornos, as quais se juntam a outras sete que já estavam detidas na Galiza. O jornal Faro de Vigo destaca na sua primeira página a operação Zeta, para combate à fraude nas ajudas aos cursos de formação para desempregados, que levou àquelas detenções, em que se incluem cinco altos funcionários do governo galego. A notícia identifica os detidos e descreve com algum detalhe as situações fraudulentas em que estiveram envolvidos.  
Estas acções mostram como a justiça espanhola procura defender o Estado e a sociedade, actuando sobre a ilegalidade, a fraude e a corrupção. Naturalmente, nós que no nosso quotidiano “vemos, ouvimos e lemos”, como dizia Sophia, não podemos ignorar a forma distraida e permissiva, eventualmente cúmplice, como as autoridades responsáveis encaram o estado da nação, a degradação das instituições e não zelam pelo bem comum.

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