segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Há mais desporto para além do futebol

A maratona de Nova Iorque é uma das mais famosas provas atléticas que se disputam no mundo e teve ontem a sua 44ª edição com mais de 50 mil participantes e com os atletas quenianos a ocuparem os dois primeiros lugares à chegada, quer na prova masculina quer na prova feminina. Desde há muitos anos que este tipo de provas é dominado por atletas africanos, sobretudo quenianos e etíopes, o que significa que os nossos campeões olímpicos da maratona - Carlos Lopes (Los Angeles, 1984) e Rosa Mota (Seul, 1988) – foram casos muito singulares na afirmação do nosso desporto a nível mundial e não tenham tido verdadeiros seguidores entre nós.
No nosso panorama desportivo são muito poucos os que conseguem ocupar posições de destaque ao nível mundial e os nossos melhores atletas, em vez de serem estimulados pela comunicação social, são quase sempre ignorados, numa lógica de completa subordinação jornalística ao futebol. Assim sucede com os nossos atletas do ténis de mesa, da canoagem ou do remo, mas também com os voleibolistas e os andebolistas, entre outros praticantes desportivos, que têm conseguido boas prestações internacionais.
Ontem, na primeira vez que correu os míticos 42.195 metros da maratona, a atleta Sara Moreira concluiu a sua prova em terceiro lugar logo a seguir a duas atletas quenianas, o que constituiu um notável resultado desportivo, até porque a atleta fez a segunda melhor marca portuguesa de sempre. Quase todos os jornais mencionaram essa proeza num canto escondido da sua primeira página, mas foi o Diário de Notícias que teve a “ousadia” de trazer essa notícia para a sua primeira página com o devido destaque. Porém, os jornais ditos desportivos, em vez da proeza de Sara Moreira destacaram outras coisas, como as irrelevantes e desinteressantes entrevistas dos jogadores Talisca e Casemiro, asim como as declarações do treinador do Sporting a lamentar a falta de atitude dos seus jogadores. É a lógica de vender papel a qualquer preço o que, desportivamente, é muito triste. Parabéns à Sara!

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