domingo, 21 de dezembro de 2014

Ainda a aproximação entre os EUA e Cuba

 

O anúncio da aproximação entre os Estados Unidos e Cuba feito simultaneamente por Barack Obama e Raúl Castro surpreendeu e entusiasmou a comunidade internacional, surgindo aplausos por todo o mundo. Porém, também gerou algum desagrado nos sectores conservadores americanos e nos seus aliados latino-americanos, que viram com desconfiança aquela iniciativa que consideram perigosa e desastrada. Segundo esses críticos, a decisão de perdoar os excessos do regime cubano e de ajudar os irmãos Castro é uma atitude de grande ingenuidade, que vai incentivar “os ditadores e tiranos de Caracas a Teerão e Pyongyang”. Do lado cubano também há algum cepticismo, pois há quem não acredite que termine a repressão contra os dissidentes anticastristas e que pense que a liberalização da economia só irá servir para fortalecer os grupos de interesses ligados ao regime que já dominam a economia cubana.
No Brasil de Lula da Silva e Dilma Rousseff, em que o poder político tem estado mais ou menos alinhado com o regime cubano, também os sectores conservadores têm mostrado muito cepticismo em relação à decisão de Barack Obama, estando a utilizá-la como arma de luta política interna ou como um ameaçador fantasma. A revista Veja, cuja política editorial se posiciona habitualmente com a direita política brasileira, examina e critica esta semana os efeitos resultantes da aproximação entre Cuba e os Estados Unidos. Na sua capa destaca “o amigo americano” e utiliza uma fotomontagem com a insinuação de que Barack Obama é um novo Che Guevara a apoiar os revolucionários cubanos. Será que temem um Che Obama para ocupar a Sierra Maestra e avançar sobre Santa Clara e Havana? Sabemos bem que não, mas o facto é que a fotomontagem funciona no subconsciente de muitas pessoas.

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