quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Há mensagens de Natal muito ridículas

Os jornais espanhóis deram um grande e elogioso destaque à primeira mensagem de Natal de Filipe VI como rei de Espanha e, especialmente, às suas referências ao combate à corrupção, sobre o qual afirmou que “devemos cortar a corrupção pela raiz e sem contemplações” e que “um cargo público não pode ser um meio para enriquecer”. Na sua aplaudida mensagem, o rei salientou que “vivemos tempos complexos e difíceis para os nossos cidadãos e para a Espanha” e criticou aqueles que se desviam do que deles esperamos enquanto agentes do Estado, o que provoca tanta indignação e desilusão. A terminar, o rei teve palavras de incentivo para os agentes políticos e económicos e disse-lhes: “Aqui estarei sempre, ao vosso lado, como o servidor dos espanhóis”.
Isto aconteceu em Espanha no dia 24 de Dezembro. Aqui em Portugal também tivemos mensagens de Natal que foram muito diferentes da mensagem do rei de Espanha, porque os nossos republicanos mensageiros já nos cansam e as suas mensagens nada de relevante nos dizem ou, como diz o povo, são conversa da treta.
No dia 19 de Dezembro houve a mensagem de Boas Festas do Presidente da República, recitada a duas vozes, sem brilho, sem interesse e sem qualquer substância, a confirmar  a impopularidade com que as sondagens o contemplam.
No dia 25 de Dezembro tivemos a confrangedora mensagem de Natal do Primeiro-Ministro, na qual mostrou estar à margem das realidades do país e do orçamento do Estado que fez aprovar. Disse que “entrámos numa nova fase, numa fase de crescimento, do aumento do emprego e da recuperação dos rendimentos das famílias” e que “os portugueses não terão a acumulação de nuvens negras no seu horizonte”. Segundo disse, “a economia está a gerar dezenas de milhares de postos de trabalho” e é indispensável “não deitar tudo a perder". Que atrevimento! Foi uma intervenção que nada tem a ver com o Natal, inverdadeira ou mesmo mentirosa e que foi descaradamente eleitoralista. Há realmente mensagens de Natal que são muito ridículas.

2 comentários:

  1. Ridículas sim, acompanho-te. E mentirosas umas, lamentáveis e pirosas outras. Que aproveitamento indecoroso da quadra natalícia! Sinto muita tristeza e frustração, ao fim de sete décadas de vida, passados a crer que o país andava para a frente, ouvir isto.

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  2. Caros camaradas, ridículas é apenas um eufemismo. Eu diria antes confrangedoras. Ou, para recordar um dito latino, "O patria, o mores!"

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