terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O investimento chinês alastra no mundo

No mesmo dia em que foi anunciada a venda do BESI (Banco Espírito Santo de Investimento) aos chineses do Grupo Haitong por 379 milhões de euros, também o governo francês anunciava a venda de 49,99% do aeroporto de Toulouse-Blagnac a um consórcio chinês por 308 milhões de euros.
Estes dois factos foram conhecidos alguns dias depois da última edição do Courrier international que dedica grande parte da sua edição à China e à sua estratégia de “conquista do mundo”, com especial enfâse na “nova rota da seda” (a linha ferroviária Duisburg-Chongqing) e nas ambições económicas e diplomáticas chinesas.
O assunto não é novo. Um estudo da Heritage Foundation que foi divulgado pela BBC Business (13-10-2013) já concluira que a China era o maior investidor mundial e quantificara o investimento chinês no mundo que, entre 2005 e Junho de 2013, atingiu um montante de 688 mil milhões de euros, distribuidos por quase todo o mundo e, sobretudo, pelos sectores da energia, metalomecânica, transportes, imobiliário e finança. Na relação dos países de destino desse investimento aparecem a Austrália (58,2 mil milhões de euros), os Estados Unidos (57,6), o Canadá (37,6), o Brasil (28,2), a Indonésia (25,9), o Irão (18,6), a Nigéria (18,5) e o Reino Unido (17,8), entre outros. No que respeita à Europa, o investimento chinês dirigiu-se para o referido Reino Unido (17,8 mil milhões de euros), França (9,2), Suiça (8,2), Grécia (6,6), Turquia (6,4), Alemanha (4,9) e Portugal (4,1), entre outros.
Assim, verifica-se que Portugal é o sétimo país europeu que mais investimento chinês recebeu e que esse investimento representa apenas 0,5 % do total, tendo sido orientado sobretudo para as privatizações da EDP, da REN e da Fidelidade, em operações que renderam 4114 milhões de euros ao Estado.
Portanto, embora não parecendo, a influência chinesa na Europa não se sente apenas em Portugal.

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