quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Privatização da TAP ? Não, obrigado !

Dizem os livros que um país é uma entidade constituída por um território geograficamente delimitado, onde habita em permanência uma população com afinidades culturais e linguísticas e que é administrado politicamente por um governo independente e soberano, que garante a harmonia social através das leis. Quando isso sucede e um país tem a capacidade de se relacionar com outros países, essa entidade é reconhecida como um Estado.
Portugal é um país e é um Estado, sendo inclusive o mais antigo da Europa com quase novecentos anos de história, mas não é apenas um território com 90 mil quilómetros quadrados e 10 milhões de pessoas. Portugal é muito mais do que isso. 
Portugal é um país cujos símbolos são a bandeira verde-rubra e “A Portuguesa”, mas que tem muitos mais sinais identitários. Portugal é a sua língua, a quinta língua mais falada do mundo, que Fernando Pessoa dizia ser a sua Pátria. Portugal é a sua história marítima e o seu pioneirismo no encontro cultural entre o Ocidente e o Oriente. Portugal é Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque, Pedro Nunes e Luís de Camões. Portugal é a Torre de Belém, o mosteiro de Alcobaça e o convento de Mafra. Portugal é o bacalhau, a sardinha assada e o pastel de nata. Portugal são as festas e romarias, o fado e o cante alentejano. Portugal são os conjurados de 1640, os resistentes das Linhas de Torres e os revoltosos da Rotunda. Portugal é o hidroavião Santa Cruz e o navio-escola Sagres. Portugal é a euforia do 25 de Abril de 1974. Portugal é o Benfica, a memória do Eusébio e o talento do Cristiano Ronaldo. Portugal é um país cuja imagem externa está nas cores dos aviões da TAP, que são inequívocos factores de inserção de Portugal no mundo e são um símbolo nacional junto das comunidades portuguesas e da Lusofonia.
Portugal é o sítio dos “heróis do mar”, do “nobre povo” e da “nação valente e imortal”. Tem identidade, história e património e, por isso, não pode ser amputado dos seus valores culturais ou económicos simbólicos, por iniciativa de quaisquer aventureiros desprovidos de valores nacionais e sem que se saiba exactamente porquê. Porquê privatizar a TAP?

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