sábado, 14 de março de 2015

As eleições americanas já arrancaram

A escolha do Presidente dos Estados Unidos assenta num processo eleitoral estabilizado e previsível, em que os dois grandes partidos nacionais escolhem os seus candidatos através de eleições primárias. Acontecendo que, nos termos constitucionais, o actual Presidente Barack Obama é inelegível para um terceiro mandato presidencial, a escolha do seu sucessor começa a mobilizar alguns potenciais candidatos e os interesses dos grupos de pressão. Assim, tudo o que agora se passa na vida política americana já faz parte de um processo de pré-apresentação de candidatos, embora ainda faltem cerca de nove meses para o início das eleições primárias e as eleições presidenciais só se realizem no dia 8 de Novembro de 2016, isto é, daqui a cerca de 20 meses. Quer os Democratas, quer os Republicanos, já começaram a trabalhar. Há muitas dezenas de nomes presidenciáveis em ambos os partidos e muitos deles já começaram a angariar fundos, a testar a sua popularidade e a aliciar doadores e outros apoios, porque se trata de uma corrida longa e muito dispendiosa. É neste contexto eleitoralista que a revista TIME dedica a primeira página da sua nova edição a Hillary Clinton, a ex-senadora, ex-primeira dama e ex-Secretária de Estado, que é apontada como a mais provável candidata democrata às eleições de 2016. Segundo revelam as sondagens, Hillary Clinton tem a preferência de 65% dos eleitores do Partido Democrata, tem o apoio da máquina do partido e de muitos comités locais que já trabalham para a sua eleição e, além disso, beneficia da grande notoriedade e popularidade nacional de que goza o ex-presidente Bill Clinton, o seu marido.
Seria a primeira mulher a presidir à mais rica nação do mundo. Porém, não são "favas contadas" e ainda falta muito tempo, como se vê na capa da TIME, em que por casualidade ou por maquiavélica estratégia editorial, a revista colocou a fotografia de Hillary Clinton sobre o M do título, de que resultam uns cornichos de diabo, o que pode ter múltiplas interpretações, sobretudo numa revista que alinha sempre ao lado dos conservadores e do Partido Republicano.

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