quarta-feira, 18 de março de 2015

De todos os mares só este me lava por dentro

O Pico no dia 17 de Março de 2015
Nesta época do ano, em que a Primavera se anuncia no hemisfério setentrional, tudo se renova no panorama que a natureza nos oferece, mas também no comportamento das pessoas. Aqui, nas ilhas açorianas do meio do Atlântico, o tempo agreste das invernias e dos temporais parece ter cedido o seu lugar aos dias solarengos que iluminam as paisagens verdejantes e o azul de um mar bonançoso e sereno. Aqui nas encostas da ilha do Pico e no recorte da sua orla costeira, tudo nos revela um novo ciclo de vida em terra e no mar. Assim, uma visita ocasional que encontra este ambiente é, naturalmente, bem sucedida e, como escreveu um poeta que se dedica às temáticas destas ilhas açorianas, “de todos os mares só este me lava por dentro”.
Porém, com os seus 2351 metros de altitude, a imponente montanha do Pico que é a terceira mais elevada de todo o Atlântico, permanece como sentinela desta e das outras ilhas vizinhas, como se fosse um farol ou uma sentinela vigilante. Coberto de neve, quando tudo em volta rejuvenesce, o Pico parece querer dizer-nos que o tempo primaveril ainda está para vir e que estes dias de Março são apenas um tempo de excepção ou um interlúdio a outros dias de temporal e de chuva atlântica que hão-de vir. 

2 comentários:

  1. Para além do lirismo que se respira neste escrito, e quanto ao lavar por dentro, convém que o faças também por fora, senão arriscas-te a levar com o piropo com que foi mimoseada a jornalista do "Correio da Manhã".
    Continuação de boa estada.
    Um abraço.

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  2. É bom que não tenha lavado a tinta da caneta, ou em termos mais modernos, as pilhas do computador portátil.
    Está mal habituado ao silêncio do autor quem vem aqui quase todos os dias...

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