sábado, 28 de março de 2015

Honoris causa porquê? Alguém sabe?

Fonte: Kyoto University of Foreign Studies
Andava eu muito crítico quanto às constantes viagens de descarada promoção pessoal do nosso vice-primeiro ministro, quando me chegou a notícia de que o nosso primeiro Passos entrou em disputa com ele e se deslocara ao Japão levando consigo uma delegação com 26% do seu ministério, para além de secretários, assessores, ajudantes e os inevitáveis jornalistas para relatarem o sucesso da viagem, como se isso interessasse aos leitores ou aos telespectadores. O cidadão comum observa este corrupio de viagens e de despesas e fica indignado por lhe cobrarem tantos impostos, por lhe cortarem as pensões, por lhe prestarem cuidados de saúde insatisfatórios e por obrigarem tanta gente a emigrar. Nesta melancolia de vida que levamos e em que somos obrigados a viver, há tão poucas alegrias que qualquer coisinha positiva que nos chega de fora ajuda a descongelar a nossa auto-estima. E foi o que aconteceu esta semana quando vimos na televisão o nosso primeiro Passos a receber um doutoramento honoris causa pela Kyoto University of Foreign Studies. Tive que “meter a viola no saco” pois foi um momento de grande alegria ver um nosso concidadão, que se licenciou aos 37 anos numa universidade lisboeta menos reputada, ser reconhecido academicamente por uma universidade do Império do Sol Nascente. Nem Luis de Almeida, nem Luis Fróis, nem João Rodrigues, nem Wenceslau de Moraes, atingiram este patamar académico! Mas porquê?
Segundo se leu, esta atribuição distingue “o apoio dado por Portugal à CPLP” e aí começa o meu desapontamento. Afinal o nosso primeiro Passos não foi reconhecido pelos seus méritos, mas apenas pelo apoio que Portugal deu à CPLP, ficando nós sem saber se esse apoio tem a ver com a polémica admissão da Guiné Equatorial, em que o nosso país se comportou como um subalterno.
Porém, o desapontamento ainda foi maior quando verifiquei que a Kyoto University of Foreign Studies figura na 157ª posição (!) no ranking das universidades japonesas e, nessas circunstâncias, a distinção conferida é mesmo de importância menor. Será que o primeiro Passos merecia mais?

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