domingo, 19 de abril de 2015

Governo existe para defender as pessoas

Há cinquenta anos, num período em que passavam por grandes dificuldades, muitos milhares de portugueses decidiram emigrar para uma Europa ainda não recuperada do drama da guerra e muito carente de mão-de-obra. A França foi o destino mais frequente da emigração portuguesa, mas muitos desses emigrantes escolheram o Luxemburgo como destino e, rapidamente, tornaram-se a maior comunidade estrangeira que vive no Grão-Ducado. Serão cerca de 100 mil pessoas numa população total de cerca de 500 mil habitantes, isto é, cerca de 20% da população do Luxemburgo é portuguesa. A poucos dias de terminar o seu mandato, o Presidente da Confederação das Comunidades Portuguesas no Luxemburgo veio denunciar que os emigrantes portugueses, tanto os da primeira como da segunda geração, estão a ser vítimas de um processo de ostracização, marginalização e desconsideração, o que o Arcebispo do Luxemburgo também denunciara recentemente. O jornal luxemburguês Le Quotidien divulgou ontem este assunto com destaque de primeira página.
A principal queixa da comunidade portuguesa está relacionada com a integração social, o acesso ao emprego e o ensino do português, mas essa será apenas a ponta de um iceberg uma vez que, provavelmente, o que se está a passar é uma descriminação que viola todos os princípios da União Europeia. Sendo assim, aqui temos um caso em que se impõe que os nossos governantes actuem rapidamente e com firmeza para defender a dignidade dos nossos compatriotas emigrados, em vez de serem tão submissos e resignados a acatar os diktats dos “donos disto tudo”. Mostrem que têm coragem!

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