terça-feira, 12 de maio de 2015

A400M – um grande projecto ameaçado

O acidente acontecido no passado sábado em Sevilha com o A400M, o avião militar produzido pelo consórcio Airbus Defence and Space, para além de ter vitimado quatro dos seus seis ocupantes espanhóis, foi um duro golpe naquele projecto aeronáutico, não só pelos seus aspectos emocionais, mas também pelos seus aspectos económicos, na medida em que pode afectar um programa que sustenta milhares de postos de trabalho na Andaluzia, uma região altamente afectada pelo desemprego.
O avião sinistrado fazia o seu primeiro voo e a sua entrega à Turquia seria feita em Junho. Segundo se refere nalguma imprensa, este acidente gerou uma crise de confiança nos investidores e nos clientes. A cotação bolsista das acções do consórcio caiu imediatamente, enquanto as autoridades do Reino Unido, Alemanha, Turquia e Malásia decidiram cessar temporariamente a operação dos 12 aviões que já tinham recebido, até que a tragédia de Sevilha seja esclarecida. No entanto, a Airbus vai retomar os seus voos de ensaio e a França já decidiu que vai continuar a voar com as suas 6 unidades, mas somente em voos operacionais prioritários.
O Airbus A400M é um avião equipado com 4 motores turbohélice destinado ao transporte aéreo de longa distância, mas o seu sucesso comercial nunca esteve garantido e, agora, está mesmo seriamente ameaçado. O projecto nasceu em 2003 depois de um acordo em que sete países europeus concordaram na compra de 180 unidades e a sua produção industrial começou em 2011. O primeiro avião foi entregue à França em Sevilha no dia 30 de Setembro de 2013 e, actualmente, já estão entregues cerca de duas dezenas de aviões, havendo 174 aviões encomendados pela Alemanha (53), França (50), Espanha (27), Reino Unido (22), Turquia (10), Bélgica (7), Luxemburgo (1) e Malásia (4).
O preço de cada avião é de cerca de 135 milhões de euros...

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