domingo, 14 de junho de 2015

A nova face do poder local em Espanha

Havia uma grande expectativa quanto aos arranjos políticos que iriam concretizar-se depois das eleições autárquicas espanholas de 24 de Maio.
Ontem, realizou-se a tomada de posse dos novos alcaides e de mais de oito mil novos autarcas, depois de terem sido negociados muitos pactos pactos e alianças entre as “forças da mudança”. O mapa político espanhol foi muito alterado, com a esquerda (PSOE, Podemos e outras formações nacionalistas e independentes) a garantir o poder em 37 das 54 capitais de província do país e a acabar com domínio do PP no poder local, que agora governa apenas 17 das 43 capitais que antes governava. Como salienta o jornal madrileno El Mundo, foi a “revolución en los ayuntamientos”.
O facto mais saliente aconteceu nos dois maiores municípios espanhóis e teve duas mulheres independentes como protagonistas: em Madrid foi empossada Manuela Carmena, juiza reformada que foi eleita pela lista cidadã “Ahora Madrid” e que garantiu o apoio do PSOE para governar a capital com maioria absoluta e, em Barcelona, tomou posse a activista política e social Ada Colau, que assumiu o cargo após a vitória da sua coligação “Barcelona en Comú”. A generalidade das lideranças agora empossadas tem um ideário político que se afasta claramente das práticas partidárias habituais e defende o governo das cidades com uma política anti-austeridade e ao serviço da maioria empobrecida, a criação de emprego, o reforço da coesão social, uma maior equidade económica e social, uma participação efectiva dos cidadãos e a eficiência nas despesas públicas.
Em Espanha, as expectativas são muito altas mas, naturalmente, o que acontecer no país vizinho também nos interessa.

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