segunda-feira, 29 de junho de 2015

A martirizada Aleppo é a nova Sarajevo

A última edição do semanário Tempi, que se publica em Milão e cuja linha editorial é de orientação católica, destaca uma reportagem sobre Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, que inclui uma entrevista com o Vigário Apostólico de Aleppo dos Latinos, Dom Georges Abou Khazen.
Aleppo que já foi motor económico da Síria é hoje "a Sarajevo do século XXI", como se lhe referiu o cardeal Angelo Scola. Desde o Verão de 2012 que a cidade está sob os efeitos da guerra e está dividida: na parte oeste que é controlada pelo governo sírio vivem cerca de dois milhões de pessoas, incluindo cerca de 25 mil cristãos, enquanto na parte leste que é dominada pelos jihadistas da Frente Al-Nusra, próxima da Al Qaeda, vivem 300 mil pessoas.
A parte oeste de Aleppo está realmente cercada e a população vive aterrorizada com água uma vez em cada cinco ou dez dias e electricidade apenas duas horas por dia. Os bombardeamentos são diários e são cada vez mais intensos.
O Papa e os bispos católicos lançaram um apelo à comunidade internacional para que intervenha para acabar com o conflito, mas o Vigário Apostólico de Aleppo afirma, na entrevista ao Tempi: “penso che l’opinione pubblica occidentale sia indifferente alla nostra sorte, al contrario dei governi occidentali, che hanno causato questo dramma”. Trata-se de uma declaração insuspeita, feita por alguém que vive o quotidiano da guerra em Aleppo oeste, que revela quem são os senhores da guerra e quem são os responsáveis por este drama. Dom Georges não hesita em nomeá-los - Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia, França. São estes os países que, segundo o Vigário Apostólico de Aleppo dos Latinos, fornecem “armas cada vez mais pesadas e letais, além de combatentes e treino militar e ideológico”.
Um caso triste que envergonha a Humanidade e, sobretudo, os dirigentes comprometidos neste drama como estão americanos, franceses e muitos outros falcões.

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