quarta-feira, 17 de junho de 2015

Lisboa é a cidade dos jacarandás

Lisboa: avenida 24 de Julho
Desde os fins de Maio até quase ao fim de Junho, muitas ruas e praças da cidade de Lisboa são tomadas pelo azul aroxeado das flores dos jacarandás (jacarandá mimosifolia), uma árvore exótica cujo nome tupi-guarani revela a sua origem sul-americana. A árvore foi introduzida em Portugal pelo botânico Félix de Avelar Brotero quando dirigiu o Jardim Botânico no primeiro quartel do século XIX, tendo sido aclimatizado e depois plantado por toda a cidade de Lisboa e, em menor escala, em outras localidades. Dizem os livros que o jacarandá tem o tronco um pouco retorcido e a copa arredondada, irregular, arejada e rala, perdendo a folhagem no inverno e que tem raízes aprumadas e profundas que não danificam os pisos das calçadas lisboetas, razão porque que passou a ser muito utilizada na ornamentação das ruas, praças e parques da cidade.
Porém, o que verdadeiramente destaca o jacarandá é o seu florescimento a partir de Maio, que constitui um fascinante espectáculo de azul aroxeado que alastra um pouco por todo o lado e que, com a luminosidade característica da cidade de Lisboa, lhe dá um ar tropical único que não é atlântico, nem é mediterrânico. Por isso, os jacarandás são um prazer  para a vista, ao mesmo tempo que insinuam as paragens brasileiras e inspiram muitos lisboetas a fotografar e a escrever sobre este quase ex-libris da cidade de Lisboa, que tanto encanta os lisboetas (excepção feita aos automobilistas que estacionam junto das floridas árvores) e os turistas. Seguramente que, aos elementos que formam o eixo dominante da identidade lisboeta, como o estuário do Tejo, os monumentos e as igrejas, a memória histórica, o fado, as marchas populares, os cacilheiros, o SLB e o SCP, o pastel de Belém, a Tendinha, o João do Grão e tantas outras coisas boas da nossa cidade, teremos que acrescentar o nosso amigo jacarandá. Com toda a justiça!

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