domingo, 7 de junho de 2015

O fascínio d’As ilhas desconhecidas

No Verão de 1924 o escritor e jornalista Raúl Brandão visitou o arquipélago dos Açores e dessa viagem resultou a publicação em 1926 de um “livro de viagens” que ficou famoso no contexto da literatura portuguesa. O seu título é As ilhas desconhecidas - Notas e paisagens e é uma das mais apreciadas obras literárias sobre as ilhas açorianas, que muito tem contribuído para a divulgação e para a formação da sua imagem externa. Ao longo do tempo têm sido publicadas várias edições desta obra sobre os Açores, que retrata com um recorte literário de excelência o ambiente natural e a paisagem humana das ilhas, algumas especificidades da fauna e da flora, a arte da pesca da baleia, as festas do Espírito Santo, a imponência da montanha do Pico, as fainas marítimas e a solidão insular, entre muitos outros aspectos característicos das ilhas.
A partir de 2008 o fotógrafo Jorge Barros decidiu promover uma edição desta obra ilustrando-a com belíssimas fotografias da sua autoria. O ambicioso projecto demorou três anos e da ligação do texto de Raúl Brandão com a fotografia de Jorge Barros, resultou uma edição de grande qualidade estética e artística que muito valoriza o património editorial açoriano.
Com o apoio do Governo dos Açores foi preparada uma bela exposição de fotografia itinerante com muitas das imagens resultantes do levantamento fotográfico de Jorge Barros por todas as ilhas. Actualmente, a exposição encontra-se na ilha do Pico, repartida por dois núcleos, respectivamente nas Lajes do Pico (Museu dos Baleeiros) e em São Roque do Pico (Museu da Indústria Baleeira). É um acontecimento cultural relevante e inspirador na “mais bela e mais extraordinária ilha dos Açores”, como escreveu Raúl Brandão.

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