terça-feira, 23 de junho de 2015

Tempestade política na Carolina do Sul?

Há cerca de uma semana, na cidade americana de Charleston, um jovem de 21 anos de idade de nome Dylann Storm Roof entrou numa igreja metodista episcopal africana e assassinou nove pessoas a tiro. A América ficou em estado de choque e Nikki Haley, a governadora do Estado da Carolina do Sul, apressou-se a condenar este acto e a declarar que “este é o pior crime de ódio que o país viu desde há muitos anos”. No mesmo sentido se pronunciou o presidente Barack Obama.
Tudo isto aconteceu no estado que na guerra da Secessão de 1861-1865 liderou os Confederate States of America, uma coligação de Estados que tinha proclamado a sua secessão dos Estados Unidos e que tinha a sua própria bandeira – a chamada Cruz de Santo André ou “cruz sulista”, com treze estrelas correspondentes aos treze estados confederados. Passado um século e meio sobre o fim da guerra e a derrota confederada, a bandeira confederada parece ter renascido, havendo muita gente que a utiliza como argumento para a preservação da sua própria história. Assim, a bandeira é vista, frequentemente, nos mastros de muitas residências particulares, em automóveis, em T-shirts e em merchandising diverso. Porém, a bandeira confederada tem uma conotação política que ultrapassa o seu simbolismo histórico, pois está associada à supremacia branca e à defesa da escravatura, sendo também um símbolo de contestação e rebeldia e, por vezes, até aparece conotada com a suástica nazi.
Quando foram divulgadas as fotografias do autor confesso do crime de Charleston com a bandeira confederada e se soube que soltou gritos racistas durante o seu criminoso acto, a opinião pública local reagiu. Acontece que nos jardins do palácio do governo na cidade de Columbia, por decisão do parlamento estadual, está desfraldada desde 1962 uma bandeira confederada que agora pode transmitir uma mensagem errada à população. A governadora Haley exige a retirada da bandeira, mas terão que ser o Senado e a Câmara dos Representantes estaduais a tomar essa decisão, com uma maioria de 2/3 em ambas as câmaras. Em tempo de eleições presidenciais, a bandeira confederada pode estar no meio de uma tempestade política como hoje adverte o USA Today.

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