terça-feira, 11 de agosto de 2015

A pobreza e a fome existem em Portugal

O Jornal de Notícias destacou hoje na sua primeira página o fenómeno da pobreza em Portugal, ao noticiar que “48 mil comem todos os dias nas cantinas sociais” e, dessa forma, o jornal prestou, como lhe compete, um relevante serviço informativo à comunidade.
Este número envergonha a nossa sociedade e é um murro no estômago dos democratas portugueses. Numa altura em que o governo promove uma intensa campanha de propaganda através de cartazes e das repetidas intervenções televisivas de alguns dos seus servidores mais acéfalos, com despropositados elogios por alguns resultados económicos ainda não consolidados, sobretudo nas exportações e no turismo, esta revelação oriunda do Instituto da Segurança Social ajuda-nos a perceber a nossa realidade social. Perante este quadro de pobreza e fome, o espectáculo da propaganda governamental tem sido lamentável e revela ausência de pudor.  O governo de Passos e Portas mentiu-me antes das eleições, empobreceu-me e achou que eu vivia acima das minhas possibilidades. Depois aumentou a nossa dívida pública, vendeu empresas ao desbarato, mandou uma geração para a emigração, destruiu empresas e postos de trabalho, arruinou a saúde e a educação, desmoralizou as Forças Armadas e revelou sempre uma enorme insensibilidade social.
As estatísticas revelam que há cerca de dois milhões de portugueses na pobreza ou em risco de pobreza, havendo muitos deles que têm fome e que, entre outros locais, recorrem ao apoio das cantinas sociais. Assim, no 1º semestre do corrente ano estavam em vigor 843 protocolos e o total de refeições contratualizadas foi de 47.826 refeições por dia. No ano passado estavam em vigor 845 protocolos para as cantinas sociais em todo o território continental e o total de refeições contratualizadas foi de 49.024 refeições por dia. A pobreza e a fome persistem. Não houve melhoria significativa nos últimos meses apesar do governo ter “os cofres cheios”. A economia melhorou? Claro. Depois de bater no fundo só pode crescer, mas a insensibilidade social do governo continua, tal como a pobreza e a fome.

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