segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O ‘boom’ turístico e a desgraça alheia

Numa altura em que alguns países europeus, sobretudo a França, a Espanha e Portugal, vivem em clima de grande euforia com a verdadeira avalanche de turistas que neles passam as suas férias de Verão, o jornal DNA – Dernières Nouvelles d’Alsace de Strasbourg, publica hoje uma reportagem sobre a “ruine du tourisme” na Tunisía. Nesse país, tal como se verifica em todo o Magrebe, na Turquia e no Egipto, a instabilidade e a ameaça terrorista têm afastado o turismo europeu que prefere os destinos turísticos mais seguros. Como consequência, naquelas regiões da margem sul e oriental do Mediterrâneo, o sector turístico está absolutamente arruinado e muitos milhares de turistas cancelaram as suas reservas nestas regiões, escolhendo o sudoeste da Europa como destino de férias.
No caso da Tunísia, onde houve os atentados do Museu Nacional do Bardo na capital tunisina (24 mortos) e na praia de Port El Kantaoui (38 mortos), os turistas europeus desapareceram das praias e dos hotéis, onde apenas se vêem alguns tunisinos e argelinos de baixo poder económico, o que causa um grave problema económico e social ao sector do turismo que assegura 450 mil empregos e representa 7% do PIB.
Porém, enquanto os franceses e os espanhóis registam este boom turístico como resultado da situação de desgraça que está a passar pela orla sul e oriental do Mediterrâneo, nós temos a lamentável e mentirosa mensagem sublimar do irrevogável e dos seus seguidores, a insinuar que o crescimento do nosso turismo foi obra do governo. Para essa gente, sem pudor e sem vergonha, vale tudo! Gostam do poder e, por ele, fazem tudo.

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