segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Brasil, a recessão e os dias cinzentos

O Brasil que é o país da alegria e do sol tropical, vive dias cinzentos, depois de ter sido anunciado que no 2º trimestre de 2015 o seu PIB caiu 1,9% e, como no 1º trimestre tinha caido 0,7%, em termos económicos o país entrou em recessão pois registou dois trimestres consecutivos em queda. Todos os jornais brasileiros destacaram esta notícia que é preocupante para a sociedade brasileira que, actualmente, passa por grandes dificuldades económicas e por alguma convulsão política, com muitas manifestações e muitos dos seus dirigentes a contas com a Justiça. O Correio Braziliense exagera e até diz que o Brasil está em queda livre! Porém, para quem está longe e não conhece as especificidades brasileiras, esta recessão (económica) também parece corresponder a uma depressão (psicológica), pois o país não é apenas afectado pela queda do PIB, pelo desemprego e pela inflação, mas também pela insatisfação política e pela corrupção.
Em relação ao PIB há que pensar no chamado ciclo económico, isto é, nas flutuações da actividade económica, em que aos períodos de crescimento se sucedem os períodos de estagnação ou mesmo de declínio. Esses ciclos são tão normais que foram teorizados e até receberam nomes - o ciclo de Kondratiev, o ciclo de Kitchin, o ciclo de Kuznets – consoante as suas características e a sua duração. Portanto, o Brasil está numa baixa a que se irá suceder, embora não se saiba quando, uma alta. É a lei da vida. Porém, o Brasil também vive um período político que não foi satisfatoriamente resolvido nas eleições presidenciais de 2014, porque a vitória de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves foi escassa (51,29%), o que faz com que os brasileiros já levem mais de uma dúzia de anos de governo do Partido dos Trabalhadores (PT) e isso, provavelmente, cansa-os. Isto tudo acontece quando a China treme, quando a Europa se revela incapaz de resolver os seus problemas e quando o preço do petróleo cai e o comércio internacional desacelera. Finalmente, há a questão da corrupção e temos a Transparency International a classificar o Brasil como o 69º país mais corrupto do mundo, entre os 175 países avaliados. Mas, segundo a mesma agência a corrupção é muito maior, por exemplo, na Argentina, na Rússia, na Índia e na China e em mais de uma centena de outros países. Por tudo isso, se deseja que os brasileiros resistam aos títulos dos seus jornais que, por razões que só eles conhecem, estão a tender para o dramático. Vá-se lá saber porquê. Força Brasil!

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