segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A campanha eleitoral vem aí. Votemos!

A campanha eleitoral para as Eleições Legislativas vai decorrer de 20 de Setembro a 2 de Outubro e a votação decorrerá no dia 4 de Outubro. Embora eu não tenha a intenção de trazer a campanha eleitoral para a Rua dos Navegantes, vou aproveitar estes dias de pré-campanha para aqui deixar alguns comentários ou um breve testemunho. Eu entendo que os cidadãos só beneficiam com a alternância do poder e que as eleições são um julgamento do que foi ou não foi feito, mas que também servem para comparar promessas não cumpridas e para darmos ,ou não, a nossa confiança a quem se propõe tomar o exercício do poder.
Todos sabemos o que se passou nos últimos quatro anos, em que a nossa riqueza e a nossa economia decresceram, em que a nossa dívida pública aumentou, em que foram destruidos muitos milhares de postos de trabalho e se criou um exército de desempregados, com uma parte substancial da nossa população a entrar em risco de pobreza e com muita gente a emigrar. Foi devastador. Foi o aumento enorme do IVA e do IRS. Foram a criação de taxas de sustentabilidade e de solidariedade, a extinção de quase todos os benefícios fiscais, os cortes nos 13º e 14º mês, o corte dos feriados, o corte nas indemnizações por despedimento, o aumento dos preços dos transportes, das custas judiciais, das despesas de educação e saúde, para além de pagarmos, mais caro que a maior parte dos europeus, a gasolina, o gás, a água e a electricidade. A ameaça e a incerteza foram permanentes. Os salários e as O governo tem apresentado alguns resultados positivos verificados nos últimos meses nas exportações e no turismo, mas não são obra sua e, infelizmente,  são uma caricatura relativamente ao que aconteceu na Espanha e até na Grécia. O governo falhou em quase tudo a coberto do memorando e da troika, incluindo as privatizações feitas à pressa e por razões ideológicas, a intervenção no BES sem proteger as poupanças dos emigrantes, a distribuição abusiva de subsídios às escolas privadas, a instabilização nas Forças Armadas e de Segurança, a promoção dos hospitais privados e o ataque ao SNS. Há um enorme descontentamento nos médicos e nos professores, nos polícias, nos enfermeiros, nos militares e o futuro é sombrio num país cujos governantes submissos deixaram que a dignidade nacional fosse humilhada.
Os resultados da governação Passos-Portas são tão maus e eles são tão impopulares que muitos dos seus correlegionários não se lhes chegam e temos o presidente do PSD a andar às costas desse malabarista chico-esperto que é o presidente do CDS, que não tem votos nem popularidade e que não passa de um irrevogável que dá o dito por não dito. São homens vulgares, sem carreiras profissionais fora da política e sem grandes recursos intelectuais, sem ideias e sem projectos, denunciados como mentirosos e como manipuladores da verdade, que usam pequenos golpes baixos para desviar as atenções do essencial, mas que souberam rodear-se de uma corte de fiéis, sobretudo dos que querem segurar o seu tacho ou que aspiram a ser contemplados com um qualquer lugar de assessor ou de consultor ,com três ou quatro mil euros por mês, mesmo que tenham apenas 21 anos.
Porém, a realidade é bem mais negativa e negra do que aquilo que a propaganda oficial se esforça por fazer crer, com o apoio de muitos jornalistas que decidiram ser escandalosamente servis, o que é uma desonra para a sua profissão. Não é preciso mais nada a não ser observar. A campanha eleitoral vem aí. Votemos!

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