domingo, 27 de setembro de 2015

A encruzilhada catalã e o futuro próximo

Hoje os catalães estão a votar e, como salienta o diário El Periódico de Barcelona, destas eleições-plebescito irão resultar sérias consequências para a Catalunha: a ruptura unilateral com a Espanha, uma reforma profunda dentro de uma Espanha unida ou a manutenção do actual status quo. Haverá vencedores e vencidos. A unidade da Espanha corre sérios riscos de entrar num processo de desmembramento que, numa primeira fase, pode vir a criar muita instabilidade social e muitos problemas económicos aos nossos vizinhos, mas também ao nosso país.
A Catalunha é uma região com um forte sentimento nacionalista e é uma nação reconhecida pela Constituição espanhola, com língua e cultura próprias. Com 7 milhões e meio de habitantes e fortemente industrializada, é a mais rica autonomia espanhola, contribuindo para a economia de Espanha com mais do que aquilo que recebe do governo de Madrid, o que contribui para o descontentamento dos sectores catalães tradicionalmente mais nacionalistas.
Apesar destas eleições autonómicas não terem sido convocadas por razões relacionadas com os desejos independentistas, exactamente para evitar os riscos de eventual inconstitucionalidade, a coligação independentista Juntos pelo Sim, que agrega vários partidos e forças políticas, nomeadamente a Convergência Democrática da Catalunha (CDC) de Artur Mas e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) de Oriol Junqueras, que já estão coligados no actual governo, são independentistas e são os favoritos nas eleições de hoje. Há quem tema que, ainda hoje, possam festejar a vitória e anunciar o início de um processo de separação da Espanha. É uma grande encruzilhada para os catalães e para o seu futuro próximo.

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