domingo, 20 de setembro de 2015

O Papa à procura da paz nas Américas

O Papa Francisco iniciou hoje uma visita de três dias a Cuba, a que se seguirão mais cinco dias nos Estados Unidos. Diz-se que é a sua viagem mais política e que também é uma das suas viagens mais difíceis e, de facto, alguns jornais americanos, caso do New Yok Post, ilustraram a sua primeira página com a fotografia do Papa a desembarcar no aeroporto de Havana com uma pasta na mão, o que sugere que vai numa viagem essencialmente de trabalho. Subjacente a esta viagem está o papel que o Papa teve no restabelecimento de relações diplomáticas entre Havana e Washington, facto que veio dar muito alento aos defensores na paz no mundo, mas também os seus esforços para que haja uma efectiva reconciliação entre Cuba e os Estados Unidos.
Em Cuba o Papa argentino procurará que a democratização do regime cubano se concretize rapidamente, que acabem as prisões e os presos políticos, que seja restaurada a liberdade de imprensa e que sejam respeitados os direitos dos cidadãos, pois essas são as condições prévias para o progresso económico e para a prosperidade do povo cubano. Depois, nos Estados Unidos, Francisco será o primeiro Papa a ser recebido na Casa Branca e, pela primeira vez também, um Papa discursará no Congresso, onde não deixará de criticar “uma economia que mata e cria desgraças”. Na sua agenda, vai levar uma mensagem de apelo ao fim do embargo americano contra Cuba que vigora desde 1962, mas também outros assuntos de grande sensibilidade e importância mundial, embora possa vir a ter a hostilidade de alguns sectores americanos mais conservadores que o têm criticado e acusado de ser terceiro-mundista, marxista e anticapitalista. De entre esses assuntos, estará certamente a crise dos refugiados que têm procurado abrigo na Europa mas, mais importante ainda, estará uma forte condenação das guerras na Síria e em outras regiões do mundo, assim como do tráfico internacional de armas praticado por países e organizações que dizem querer a paz. Parece que os Estados Unidos e a Rússia já começaram a discutir o assunto, agora mais a sério. Se necessário, o Papa que está em Havana e que vai a Nova York, também poderá ir a Moscovo, a Damasco e até a Teerão.

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