domingo, 6 de setembro de 2015

Refugiados sim, mas acabem com a guerra

As imagens que nos chegam pelas televisões e as fotografias que ilustram as primeiras páginas dos jornais são aterradoras e têm feito despertar a Europa que, desde há muito tempo, vinha revelando alguma indiferença perante a tragédia humanitária que a guerra na Síria e no Iraque está a provocar. Este “long walk to freedom” como ontem se lhe referiu o diário The Scotman, é uma das consequências de uma guerra, brutal com todas as guerras, que ocorre na Síria há quase cinco anos, na qual alguns Estados europeus, designadamente o Reino Unido, a Alemanha e a França, têm apoiado uma das partes do conflito com armamento e dinheiro, em vez de procurarem a paz, sem que as suas opiniões públicas questionem os respectivos governos sobre essa sua cegueira política e ausência de visão estratégica.
Tal como já acontecera no Iraque e na Líbia, a política europeia em relação à Síria, tem contribuido para a desagregação e a destruição do país e dado origem a uma tragédia humanitária com milhões de refugiados, não só internamente, mas também nos estados vizinhos e, agora, em direcção à Europa. A guerra civil que se trava entre o governo de Bashar al-Assad e as várias oposições tem sido cada vez mais “uma guerra por procuração”, em que se confrontam rivalidades religiosas e interesses económicos, representados de um lado pela Turquia, a Arábia Saudita e o Qatar e, do outro lado, pelo Irão, o Líbano e uma parte do Iraque. Igualmente envolvidos nessa guerra, estão os Estados Unidos, a Rússia e os países europeus já referidos, enquanto a posição que o Estado Islâmico atingiu na região é relevante, embora com alguma cumplicidade ocidental, porque o negócio do armamento é vital para as suas economias.
É preciso que toda esta gente se entenda para acabar com a guerra e que os povos da Europa e dos Estados Unidos  se manifeste e exija esse caminho aos seus governos!
Um refugiado sírio de 13 anos de idade que chegou à Europa foi entrevistado pela Al Jazeera e, sem hesitação, disse: "Nós não queremos vir para a Europa. Só queremos que parem a guerra na Síria". Ele tem toda a razão.

1 comentário:

  1. Tudo isto é um problema de solução muito difícil, se é que a há. Mas se se pretender a sério caminhar no sentido da simplificação e não da complicação, que tal deixarem de ser fornecidas armas aos contendores e não lhes comprarem o petóliozinho em que alguns nadam?
    Sim, já sei que isto é uma utopia, um sonho, mas já dizia o Gedeão, cantado pelo Manuel Freire ....

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