quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Albuquerque & Núncio juntos na mentira

Aqui há uns meses, pela boca de Maria Luís Albuquerque e de Paulo Núncio, o governo anunciou que iria devolver em 2016 uma parte do valor pago pelos contribuintes com a sobretaxa de 3,5% sobre o IRS. Apareceram inúmeros simuladores para que os contribuintes soubessem quanto iriam receber e até o Portal das Finanças instalou um simulador para o efeito. Os habituais comentadores que se sabujam ao governo trataram de dizer que “eram boas notícias para os bolsos dos portugueses”. Era o sucesso do governo. Era mais uma prova da eficiência financeira e do rigor orçamental da rapaziada.
Depois, a ideia foi muitas vezes repetida e enquadrada num discurso sobre a recuperação e o crescimento económico, sobre a descida do desemprego, sobre a antecipação do pagamento das dívidas e sobre a teoria albuquerquiana dos cofres cheios. Entrou-se em campanha eleitoral e os truques aumentaram, com aquela e com outras mentiras a serem propagadas aos quatro ventos pelas habituais vozes da indignidade e da ausência de pudor. De entre as roupagens mentirosas que foram usadas, muito semelhantes às que tinham sido vestidas em 2011 por Passos Coelho, esta terá sido uma das mais descaradas, porque se prometeu o que se sabia não ser possível, apenas para enganar os eleitores. Agora a execução orçamental aponta para a não devolução da sobretaxa como tinha sido prometido, com o argumento de que a previsão das receitas ao longo do ano é muito variável. Então o par Albuquerque & Núncio não sabia disso? Claro que sabiam, mas preferiram ser desonestos para com os portugueses. É realmente um vale tudo para ganhar eleições...

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