quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Cavaco e o seu triste fim de mandato

Nas eleições de 4 de Outubro o povo votou e houve 62% de eleitores que rejeitaram o governo de Passos e Portas. Apesar disso, o ainda Presidente da República indigitou Passos para formar um novo governo por ter sido o partido mais votado nas eleições. Ele tratou de juntar uns amigos e apareceu com eles na Assembleia da República, mas esta rejeitou o programa de governo apresentado por 123 votos e o governo caiu. O passo seguinte deveria ser a indigitação de um novo Primeiro-ministro. Apesar das evidências democráticas e constitucionais, o Presidente ainda não o faz e com esse atraso está a prejudicar seriamente o país e a deixar alastrar dúvidas e incertezas interna e externamente. É exactamente assim: temos um Presidente que objectivamente anda a perturbar a nossa vida política, a arrastar decisões, a perder tempo, a cansar-nos. Mais grave ainda, ele está a comportar-se como o líder da oposição ao sentimento maioritário do povo e parece querer manter Passos e Portas no poder a qualquer custo. Ele que em tempos se arrogou ser uma pessoa que não tem dúvidas e que raramente se engana, com a sua habitual arrogância tinha-nos dito, que tinha estudado todos os cenários. Afinal não os tinha estudado e, atrapalhadamente, anda à procura de soluções. Tem ouvido associações patronais, incluindo a importantíssima CAP, tem ouvido empresários, tem ouvido essa impoluta classe que são os banqueiros e hoje irá ouvir sete economistas, mas o jornal i diz que todos eles são contra o governo PS. Porquê esta obcessão por ouvir aqueles cuja opinião ele já conhece?
Alguém escreveu que Cavaco "vai receber os ferreiros, os correeiros, os ferradores, os electricistas, os estivadores, os pantomineiros, os calceteiros, os cauteleiros, os enfermeiros, os engenheiros, os tanoeiros, os pescadores, os cabos-de-mar e todos os outros que estejam disponíveis para dizerem umas baboseiras à saída". Faltarão os nadadores-salvadores e os bombeiros. Está bem visto. Para quê toda esta encenação e que sentido tem tudo isto? Que fim de mandato tão triste e tão lamentável, quando só faltam 64 dias!

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