sábado, 28 de novembro de 2015

O vendedor de serviço para o Novo Banco

A Direcção Geral de Economia e Finanças da Comissão Europeia advertiu há umas semanas atrás, para a possibilidade dos contribuintes portugueses virem a suportar eventuais prejuízos do Novo Banco, depois de ter sido detectado um enorme buraco financeiro e de ser necessário reforçar o seu capital em 1398 milhões de euros no prazo de nove meses. A ministra Albuquerque afirmou então: “Digo o que sempre disse: os contribuintes não serão chamados a suportar eventuais perdas do Novo Banco”.
O assunto não ficou esquecido e a pressa para o vender acentuou-se. Assim, foi agora anunciado que o principal rosto da política de privatizações do governo de Passos & Portas tinha sido contratado pelo Banco de Portugal para vender o Novo Banco. A contratação do supracitado indivíduo de nome Sérgio Monteiro, que é um antigo funcionário da CGD, envolve uma remuneração mensal da ordem dos 30 mil euros, segundo noticiou o Público. O seu currículo revela que o referido Monteiro tem sido contemplado com alguns tachos a premiar a sua militância partidária, que assinou alguns contratos swaps, um dos quais gerou perdas de 152 milhões de euros ao Estado e, ainda, que esteve envolvido nas privatizações das lucrativas e estratégicas ANA e CTT, mas também da CP Carga e, por duas vezes, da TAP. Este currículo mostra que Monteiro tem mexido em muita massa, mas não garante que o tenha feito da melhor maneira, nem com salvaguarda do interesse nacional. Segundo diz o jornal, o montante que vai receber mensalmente está “a gerar perplexidade quer na CGD, quer no supervisor”, mas eu também fico perplexo por lhe pagarem tanto dinheiro, quando anda o país todo com o cinto tão apertado. E não deixarei de ficar perplexo quando souber que, ao contrário do que eles juraram, ainda teremos de pagar o Novo Banco

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