segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Luso-descendentes asiáticos organizam-se

O jornal hojemacau destaca hoje como principal notícia de capa que os luso-descendentes asiáticos criticam a CPLP e que se sentem “humilhados e esquecidos”, pelo que estão a organizar-se em bloco, como resposta ao que consideram ser o esquecimento daquela organização dos países de língua portuguesa, que apenas se interessa pelas “nações ricas”. Essa resposta nascerá de um encontro a ter lugar em Malaca, onde reside uma das maiores comunidades de descendentes de portugueses, por altura da festa do São Pedro, que se realiza entre 23 e 29 de Junho do próximo ano. Segundo revelaram os seus organizadores, esse encontro terá representantes da Malásia (Malaca), Índia (Goa, Damão e Diu), Sri Lanka, Singapura, China (Macau), Tailândia (Banguecoque), Austrália (Perth), Indonésia (Jacarta, Ambon e Flores), Timor-Leste e Myanmar, embora haja muitos outros lugares onde existem comunidades luso-descendentes. Muitas destas comunidades sobreviveram a séculos de isolamento, mas têm sido “redescobertas” nos tempos mais recentes devido ao interesse de académicos e de alguns (poucos) diplomatas, à facilidade de viajar e de comunicar, ao turismo e à internet.
A organização do encontro que é dinamizada por Joseph Sta Maria, um cidadão de Malaca, reconheceu que as comunidades euro-asiáticas são minorias sem força política, mas são grupos que “mantém a cultura portuguesa há cinco séculos” e que,. em muitos casos, ainda comunicam em português, utilizando um crioulo malaio-português.
Não sei o que poderá fazer a CPLP para ajudar esta organização, mas certamente que o governo português poderá dinamizar este evento por diferentes formas quer simbólicas quer concretas,, através da Secretaria de Estado das Comunidades. A aspiração daquelas comunidades é muito legítima e a remuneração anual de um só gestor do Banif dava para fazer muito...

1 comentário:

  1. Interessante. Sem dúvida todos gostaríamos de ter essas comunidades mais próximas de nós, quiçá até na CPLP, mas como se tratam de regiões de outros países soberanos, isso não constitui ingerência nos assuntos internos de outros? Apesar de tudo, creio que são essas comunidades que têm de dar um passo na nossa direção, antes de as recebermos, se for do benefício de todos.
    Também temos de fortalecer a nossa língua, começando por pararmos de escrever em brasileiro, o que altera o nosso escrever artificialmente. Saudações de Brasília.

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