quinta-feira, 10 de março de 2016

Cavaco já foi esquecido. Viva Marcelo!

Ainda é cedo, muito cedo, para fazerem avaliações, mas os discursos pronunciados e as iniciativas promovidas pelo novo Presidente da República estão a gerar uma onda de simpatia, ou até de entusiasmo, que está a superar tudo o que se pudesse imaginar. O seu discurso de posse foi notável de simplicidade formal e de conteúdo político e simbólico, com a repetida declaração de cumprir e fazer cumprir a Constituição, além de ter utilizado citações de Miguel Torga, de António Lobo Antunes e de Mouzinho de Albuquerque, todas devidamente endereçadas. Destaca-se, também, a sua declaração sobre a identidade nacional que, segundo disse, é “feita de solo e sangue”, mas que deverá ser alicerçada e defendida com apostas na Língua, na Educação, na Ciência e na Cultura, bem como na capacidade de saber conjugar futuro com passado. Da mesma forma, foram meridianas as suas referências à necessidade de termos de sair do clima de crise, o seu sublinhado de que os Portugueses têm igual digndade e estatuto e a afirmação sobre o esforço que deve ser feito para moralizar e credibilizar o sistema político, pelo combate à corrupção, ao clientelismo e ao nepotismo.
Teve particular impacto no discurso presidencial a referência ao 25 de Abril de 1974, “com os jovens capitães, resgatando a liberdade, anunciando a Democracia, permitindo converter o Império Colonial em Comunidade de Povos e Estados independentes, prometendo a paz, o desenvolvimento e a justiça para todos". O ambiente político que começara a desanuviar-se com a posse do actual governo, está agora cada vez mais desanuviado.
Foi realmente um discurso novo, num tempo novo.
Cavaco já foi esquecido. Muitos dos apoiantes de Passos & Portas que tão submissos foram às imposições estrangeiras e que tão insensíveis foram com os seus desmandos autoritários e arrogantes, já estão a meter a viola no saco, enquanto os seus partidos já verificaram que terão que mudar de comportamentos e de protagonistas, acabando de vez com os caceteiros ignorantes que têm inundado as suas hostes. Talvez Marcelo Rebelo de Sousa os inspire.

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