sábado, 9 de abril de 2016

Cristiano Ronaldo, um português no topo

A edição de hoje do diário desportivo francês L’Équipe inclui o seu habitual magazine de fim-de-semana, que é dedicado ao futebolista Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, nascido na cidade do Funchal no ano de 1985. A capa da revista utiliza uma imagem estilizada do futebolista português, a sugerir que estamos perante uma figura que não pertence ao mundo real, mas que Cristiano Ronaldo já é uma peça de um imaginário de lenda. A revista poderia ter escolhido uma fotografia do atleta ou do artista da bola, mas preferiu participar na construção antecipada de uma lenda e de lançar uma espécie de Che Guevara do futebol.
Goste-se ou não de futebol, o facto é que nunca um português foi tão conhecido no mundo e que o futebolista Cristiano Ronaldo é, desde há vários anos, o maior ex-libris do nosso país. O espaço que lhe dedicam os jornais e as televisões, mas também o merchandising que associou ao seu nome, deram-lhe uma notoriedade universal. Em Portugal não há políticos, nem artistas, nem escritores, nem cientistas, que alguma vez fossem tão conhecidos no mundo. Poderá parecer injusto que alguns portugueses com longas carreiras dedicadas ao serviço do progresso e do bem comum, não tenham o apreço nem o reconhecimento público que o mundo atribui a um futebolista de talento, que finta os adversários, que cabeceia a bola e que faz remates que os guarda-redes não conseguem deter. Pode parecer pouca coisa para tão grande fama, mas a vida moderna é cada vez mais um espectáculo em que Cristiano Ronaldo é, seguramente, o melhor actor português de sempre.

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