sábado, 2 de abril de 2016

A defesa das Falklands não escapa à crise

As ilhas Falklands, a que os argentinos chamam Malvinas, estiveram em 1982 na origem de uma guerra em que se envolveram britânicos e argentinos, quando estes, então governados por uma Junta Militar e reivindicando direitos soberanos sobre as ilhas, decidiram avançar com uma invasão e a sua ocupação militar.
O governo de Margaret Thatcher reagiu e preparou uma força militar que se dirigiu para o Atlântico Sul e que em pouco tempo e depois de duros combates, reocupou as ilhas. A guerra durou dez semanas e traduziu-se num balanço de 904 mortes e 2432 feridos de ambos os lados, 11.313 prisioneiros argentinos e elevadas perdas materiais, incluindo o afundamento de vários navios, designadamente um cruzador, dois destroyers, duas fragatas e um submarino, mas também a destruição de 49 helicópteros e de 45 aviões de combate, além de muitas outras aeronaves e embarcações. A Grã-Bretanha impôs-se com notável rapidez e eficácia e a sua soberania sobre as ilhas foi rapidamente reposta.
Desde então, a presença naval britânica nas Falklands tem sido contínua, quer como factor de dissuasão, quer como elemento de apoio às autoridades e à população das ilhas. Porém, no passado mês de Novembro, alegadamente devido a problemas nos motores dos destroyers e depois de 34 anos de continuada presença naval nas Falklands, uma fragata britânica regressou às ilhas Britânicas e não foi substituída. Aparentemente, até o governo britânico considerou inaceitável esta decisão da Royal Navy, mas o facto é que esse mesmo governo de David Cameron tem procedido a “cortes selvagens” nos orçamentos militares, em nome da crise. A edição de hoje do britânico i - national newspaper of the year - trata desse assunto, que não deve ser nada agradável para o espírito imperial britânico.

Sem comentários:

Enviar um comentário