sexta-feira, 22 de abril de 2016

Grandes talentos, grandes aumentos

Há algumas semanas atrás foi revelado com grande polémica à sua volta, que o gestor português Carlos Tavares, actual presidente do grupo PSA Peugeot Citroën, tinha quase duplicado as suas remunerações de 2014 para 2015, passando dos 2,75 para os 5,2 milhões de euros. Muita gente se indignou com esta notícia, incluindo o primeiro-ministro francês Manuel Valls e os dois representantes estatais no conselho de administração daquele grupo automóvel, mas também os sindicatos, porque entendem que esta remuneração não corresponde à realidade em que vivem os assalariados  franceses.
Hoje o diário económico La Tribune retoma esse assunto, destacando a fotografia de Carlos Tavares na sua primeira página e divulgando um estudo sobre as remunerações dos gestores das 40 empresas que integram o CAC 40 (Cotation Assistée en Continu), o mais importante índice bolsista francês. Esse estudo revela que em 2015 o envelope remuneratório dos gestores do CAC 40 aumentou 32% em relação a 2014 e que, no ano de 2015, Carlos Tavares foi o sétimo gestor mais bem pago em França, tendo os seus proveitos totalizado 5 202 839,87 euros, que se repartiram por 1,3 milhões de euros de salário fixo, 1,93 milhões de euros de rendimentos variáveis e 130 mil ações do grupo, valorizadas actualmente em 2,01 milhões de euros. É muito dinheiro em qualquer parte do mundo, certamente porque o mérito é muito grande, como provam os resultados que alcançou. Esse estudo “absolveu” Carlos Tavares, ao salientar que Tavares méritait bien une grosse augmentation e associa esse mérito ao facto de ter recuperado o grupo que se valorizou 58,6% na sua cotação bolsista. O tempo da mala de cartão e do bidonville já lá vai. Como os tempos mudaram para os portugueses em França!

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