quinta-feira, 7 de abril de 2016

Uma lição de Economia vinda de França

O jornal PresseOcéan de Nantes anunciou hoje que o armador italo-suiço MSC oficializou uma encomenda de quatro grandes paquetes aos estaleiros franceses de STX em Saint-Nazaire, num contrato que ascende a 4 mil milhões de euros de investimento e que vai assegurar trabalho directo a 3.500 pessoas durante dez anos. O contrato é de tal dimensão que o Presidente François Hollande não abdicou de presidir à cerimónia da sua assinatura, a mostrar a sua importância económica para a França.
Portanto, os estaleiros de Saint-Nazaire vão construir quatro navios com mais de 200 mil toneladas de arqueação bruta, com 335 metros de comprimento e 47 metros de largura, que começarão a ser entregues ao armador a partir de 2022. É um investimento gigante, daqueles que enchem de “inveja” qualquer país que tenha desemprego persistente ou tenha capacidade instalada não aproveitada. Portugal vive uma situação de desemprego estrutural e de não criação de emprego que é, cada vez mais, uma ameaça para as futuras gerações. A falta de investimento é dramática e não podemos iludir-nos com o aumento das exportações de sapatos, da pera rocha e do vinho alentejano. O problema é muito sério e muito difícil de ultrapassar, pelo que há necessidade de juntar as forças da imaginação e da inteligência para captar investimento, que não seja apenas o imobiliário e a especulação que lhe está associada. A diplomacia económica tem que ser outra coisa, porque a que temos visto é uma pequenina feira de vaidades  que não tem dado os resultados necessários.
A notícia que hoje nos chega de Nantes é mais um soco no estômago dos portugueses que, cada vez mais, estão fora dos circuitos internacionais de investimento sem saberem exactamente os porquês dessa situação. A falta de investimento em Portugal começa a ser um problema de sobrevivência nacional e é preciso que os políticos percebam isso. Começa  a ser uma emergência nacional.

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