domingo, 10 de abril de 2016

Panama papers: uma grande tristeza

A história dos Panama papers é uma grande tristeza por muitas razões, apesar de ser um assunto que ainda está por esclarecer. Porém, há muita coisa que já está a acontecer na Islândia, na Grã-Bretanha, na Espanha, na Itália, na Colômbia e noutros países, relacionado com esse escritório ou lavandaria que dá pelo nome de Mossak Fonseca. Muito já se escreveu e muito já se disse sobre o assunto, mas o facto é que dos “mais de 240 portugueses nas offshores” que o Expresso ontem anunciou, o jornal apenas indicou três nomes, os quais já declararam não estar a cometer nenhuma ilegalidade. Vamos a ver quem são os outros 237 e se também eles cumprem todas as boas regras fiscais e se afinal nada de anormal se passa. O sensacionalismo do Expresso pode ser um caso de manipulação e de mau jornalismo. Ou a procissão ainda vai no adro? Esperemos para ver!
Entretanto, os jornalistas portugueses que têm acompanhado a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que pertencem aos quadros do Expresso e da TVI, parece que estão a anunciar nomes a conta-gotas, provavelmente para alimentar as suas audiências e fazer o jeito aos seus patrões. Se é assim, isso não é jornalismo. Esses jornalistas, ou não sabem mais nada sobre o assunto e, nesse caso, a montanha pariu um rato ou, então, sabem algo mais e esconderam o que sabem numa qualquer offshore jornalística até que seja mais conveniente para alimentar as audiências.
Paralelamente, as televisões encheram-se de sábios e de especialistas a comentar o escritório de Mossak Fonseca. Muitos deles têm aparecido a dizer que não há ilegalidade nenhuma nas offshores e deixam no ar a ideia de que afinal não há rapazes maus na nossa terra., isto é, antes de saberem o que se passa, já estão a branquear os eventuais depositantes no Panamá. Tudo isto é realmente uma grande tristeza!

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